sexta-feira, 12 de junho de 2009

segunda-feira, 30 de março de 2009

quarta-feira, 25 de março de 2009

Um rosto marcado pela Vida...


Já toda a gente tropeçou neles. Às vezes com nojo, quase sempre com desconforto, normalmente com alguma coisa a arranhar até ao fundo da alma! Mais que deprimente, é chocante o espectáculo da degradação humana socialmente adquirida. Mas se é chocante ver essa gente que bateu no fundo da condição social não é menos emocionante encontrarmos pessoas, homens e mulheres, que já sem condições nem meios, tentam ainda manter um resto de dignidade antes do colapso final. Cruzamos com eles na rua: até passariam desapercebidos não fora o rosto, os olhos espezinhados pela vida e aquela carga insuportável de miséria e desespero que se lhes adivinha na alma!
Olhamos para eles e sentimos nos incomodados. Incomodados e impotentes, podemos aliviar a consciência com uma moeda ou com comida. Ficamos aliviados mas não curados, há qualquer coisa que continua roer-nos por dentro. A culpa não é nossa “Individualmente” e se calhar nem deles “Individualmente”.
É bom que nos sintamos incomodados, é ainda melhor que façamos alguma coisa, alguma coisa significativa e alguma coisa que os alivie.
Nada nos garante que, daqui a algum tempo, não seja um de nós – um amigo, um familiar – a estar naquelas condições. Demais, segundo dizem, o pior pecado é o da omissão.